Rede Globo
Mónica Waldvogel
Maitê Proença
Post scriptum – esta mensagem foi enviada para a SIC.
Por causa do mundo curvo
eis aqui o que procuro
ter eu amor do passado
com a paixão do futuro
mas há remédio bem simples
para não ser inseguro
é amar vida sem tempo
ou seja o presente puro.
Agostinho da Silva (in "Uns Poemas de Agostinho", Ulmeiro, 1989)
convido-vos a partilhar a alegria e a gratidão por ela exisitir em nossas vidas
Brindemos.....
Se quiseres passar no blog da Inês clica aqui.
no próximo sábado, dia 28, das 20H30 às 21H30 apaguemos todas as luzes de nossas casas. Deixemos o planeta respirar. Ganhar fôlego.
A sobrevivência de TODA a vida está nas nossa mãos
intitulado "Nevou este Verão" aqui está mais um livro de poemas de Paula Raposo, editado pela Apenas Livros, na Coleção Livros de Cordel.
Por 4,00€ podes adquirir o livro directamente à autora. Basta ires até ao sítio dela e fazeres a encomenda.
e apesar de ter alguma resistência aos "dias de.." - todos fazemos cedências - por achar que a poesia, como as restantes artes nos fazem ver e sentir o melhor do mundo e em nós e são portanto portadoras da alegria coloco este belo poema da grande poeta que foi, é e será Cecília Meireles:
A arte de ser feliz
Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz. Perto da janela havia um
pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre
com um balde e, em silêncio, ia atirando
com a mão umas gotas de água sobre
as plantas. Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para
as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava
completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto
crianças que vão para a escola. Pardais
que pulam pelo muro. Gatos que abrem
e fecham os olhos, sonhando com
pardais. Borboletas brancas, duas a
duas, como reflectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem
personagens de Lope de Vega. Às
vezes um galo canta. Às vezes um
avião passa. Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino. E eu me
sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.
Amanhã, sábado, estão convidados a comparecer no novo edifício da Junta de Freguesia de Vermoím, onde decorrerá mais um sarau poético, subordinado ao tema "CHUVA".
Para informações complementares vão até aqui.
teus pequenos olhos
viajavam-me por dentro.
por fora a pele
secou e
poro a poro
estaladiça rachou
inabitada.
A palavra para o Fotodicionário desta semana foi "Paixão".
A foto abaixo é representação de "paixão" que enviei.
A vida é um somatório de paixões.
As mais duradouras são as mais simples.
Como esta, a paixão de um bom pão – preferencialmente o alentejano – barrado com manteiga. É uma paixão reconfortante no paladar e no aconchego que sempre recria.
A paixão de abrir os braços, abraçar o mundo ou voar no esplendor de um dia de sol em que se sente o espreguiçar feliz da natureza e escuta o respirar do mundo.
A paixão de, num dia de chuva, mansa e criativa, circular pelos campos no meio das plantas. senti-las felizes lavando as poeiras e os cansaços. sacudindo-se como cachorros brincalhões depois de saírem da água.
A paixão de uma criança, correndo feliz para nós, lançando-se nos nossos braços num total e confiante abraço.
A paixão do mar murmurando segredos em cada poro de nosso corpo enquanto nos enfeitiça definitivamente….
A paixão de um sorriso genuíno que ilumina o mundo.
A paixão do silêncio partilhado que nos diz: não estás só. Estou sempre contigo para o que der e vier.
Tantas, tantas paixões que nos alimentam o dia a dia começando no simples facto de acordar, continuando por todos os que amamos se encontrarem bem…
As paixões das coisas simples são as que importam e nos reforçam.
Ontem estive no encontro mensal de poetas em Vermoim .
Não sou assídua por várias razões, sendo determinante a ausência de transportes.
Foi com agrado que compareci.
O tema era "Manhã".
Não tendo poemas sobre este tema escrevi dois, dos quais só li um dado o elevado número de participantes inscritos - 27.
Aqui vos deixo o outro, com desejos de um excelente Domingo.
amanhecer é acordar em teu olhar
amanhecer é acordar em teu olhar
vigilante guardião de meu ser
ondas de ternura cobrem o físico
espaço onde a matéria vive
e o corpo repousa tocam a
imponderável e invisível substância
da alma e do ser doces correntes
que nos ligam e confortam
e |a cada manhã| se reforçam
no íntimo momento de amar
|porque|
amanhecer é acordar em teu olhar.
estou aí
olhas mas não me vês.
vês o reflexo do céu, das árvores,
das altas nuvens…
os insectos que correm na superfície
das águas, mas
a mim, não vês!
e no entanto estou aí. Mais do que
em qualquer outro lugar.
do corpo dessa terra nasci. fio
de água, torrente…
não me vês mas só aí existo e
estou.
tudo o que vês sou eu.
Amizades conto convosco para confraternizarmos no dia 8 do corrente, pelas 21H30 no Hotel Alvorada, Estoril (abaixo a planta com localização do Hotel)
em torno de duas obras - o 1º romance por ele escrito, "ROMAGEM A CRETA" e o livro de poesia "27 POEMAS" - deste autor, agora reeditadas pela EDIUM EDITORES.
A vossa presença é indispensável bem como o vosso empenho na divulgação porque há bons autores - como António Rebordão Navarro - esquecidos.
Porque será?
Vejo-nos lá e faremos uma festa maior em torno das palavras do autor.