sexta-feira, setembro 30, 2005

Princípios


Podíamos saber um pouco mais
da morte. Mas não seria isso que nos faria
ter vontade de morrer mais
depressa.

Podíamos saber um ppouco mais
da vida. Talvez não precisássemos de viver
tanto, quando só o que é preciso é saber
que temos de viver.

Podíamos saber um pouco mais
do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar
de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou
amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor.

Nuno Júdice

domingo, setembro 25, 2005

Um email sobre a amizade


Hoje recebi este email de um amigo qe só conheço por esta via. Achei-o tão delicioso que quis partilhá-lo convosco. Aqui fica:


«Olá Malta Fixe!

Um Bom Domingo para vocês!

Já chegou o Outono,as folhas das nossas vidas vão começar a cair, para dar origem a outras ainda mais belas!

Esta é a beleza da vida. A esperança de estar constantemente a nascer!

A alegria de construir amizades, é o objectivo mais lindo que existe!

Preciso de todos vós!

Beijinhos e Abraços para todos!»

António Janeiro Faria

segunda-feira, setembro 19, 2005

Reflexões, em torno de um anúncio





Convida-me o Carlos, do Orgia Política , a escrever.
Estranhamente, durante anos (uma década pelo menos) escrevi crónicas de cariz político.

Inquire ele se não tenho nada a dizer sobre este nosso país...
A questão é que há tanto, e tanta a mágoa, que não me apetece muito.
Vez por outra tenho uma recaída e dou por mim a escrever (mentalmente) depois....deixo ficar.

Será que este sarro rançoso do país político me apanhou qual maligno vírus?

Este anúncio, colocado no jornal na passada sexta-feira, diz tudo!
Tenho pena de não ter tido esta ideia (fabulosa).
Mas este anúncio diz bem do estado de espírito de desencanto, desilusão (não são bem a mesma coisa), frustração e dor em que vivemos.

Cidadão de enevoada ilha, sem rei nem roque, em que ainda se espera por um Sebastião qualquer, mesmo que não seja mítico, nem loiro, nem tenha olhos azuis perdidos no sonho e na distância.

Aqui o meu dorido silêncio se fundamenta.
Quando ouço as sondagens sobre Cavaco à presidência amplia-se, multiplica-se, desmultiplica-se e embrulha-me.

Que país é este que gosta de laborar no erro, de o repetir, de chafurdar na tristeza e comezinha (também vã) miséria e tristeza?

Vou ver se ACORDO.
Se saio deste marasmo que só a eles, fazedores de nevoeiros baços e sem graça, mas desgraça, beneficia.

Entretanto: parabéns ao inteligente, diligente cidadão português que, para além de dizer do seu desagrado, assim nos “abana” (e faz cair de vergonha) a todos.

(Publicado no ORGIA POLÍTICA, em 17 do corrente.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Gostas de receber correio na caixa de correio de tua casa?
Para além do electrónico sentes falta de
correio

em papel e manuseável?

Adere ao PostCrossing.
Eu já aderi!
Foi no Horas Negras que descobri mais esta rede de partilha.

domingo, setembro 11, 2005

Aniversário de nascimento do meu amigo Orlando Neves



POMBAS

Sabe a cidade os seus nomes,
claros nomes da noite ou do sol,
assomados nos olhos das mulheres vivas
ou no beijo dos corpos que, nas ruas
ou dentro das casas, se corrompem.
A nocturnas horas adormecem nos telhados
ou nos contornos instáveis das estátuas,
reverberantes e estáticas,
sob a luz cintilante desses anúncios que iluminam a noite,
com a lentidão fixa de um gráfico do tempo.
No alto mar das praças desertas
subsiste o exíguo espaço de levitação,
aguardando o seu regresso matinal.
Romperá o sol e encontrá-las-á nos seus postos,
ágeis e vibráteis, azuis, cínzeas ou brancas,
arqueólogas do chão da cidade.
Receberam das gaivotas, à saída do rio,
a mensagem das águas, o seu fulgor e inquietação.
Não olham as nuvens
ou o horizonte agónico da corrente no fim das margens.
Pequenos pagens ou velozes estafetas
vão, de praça em praça ou de rua em rua,
com a determinação das certezas,
povoando o burgo,
dobrando esquinas,
voando aos beirais,
descendo às pedras,
planando, apressadas, nervosas, comuns,
tão de Lisboa como as pedras,
os passos, as vozes humanas.
Que as não vêem,
hóspedes fugazes dos ouvidos,
quase marinheiros outros em trânsito silencioso.
São nítidas e momentâneas,
memórias curtas que existem,
como o sangue, os cheiros,
a temperatura das crianças e dos velhos nos parques e jardins.
São as pombas de Lisboa,
levando, do rio à mais longínqua telha,
o seu voo plano, o arrulho redondo,
o susto nervoso, o bico de pão.
Comparsas de um ritmo interior,
semeadoras de pausas do olhar,
rondam as ruas, ceifadas pelo ruído,
barcos vivos que voam,
rasteiros ou aéreos,
lemes ocultos
do passo lento e destro da cidade.

In: ODES A LISBOA

N.B - Orlando Neves partiu, há meses, para outra dimensão.
Deixou uma obra ignorada pela maioria, pelo silêncio em torno de si. Mas a pegada ficou, a da obra e a do ser.
Este poema nada dirá da totalidade da sua dimensão a quem o desconhece. Procurem os seus livros e leiam-nos.

sábado, setembro 10, 2005

10 de Set. Luta global contra a pobreza. Dia da Faixa Branca



White band Day - 10th September

Dia 10 DE Setembro, milhões de pessoas, em todo o mundo, tomarão parte em acontecimentos que marquem o DIA DA FAIXA BRANCA.
A FAIXA BRANCA é o símbolo para a luta global contra a pobreza. Podes confeccioná-la com qualquer tira de tecido ou fita branca e usá-la no vestuário ou no corpo.
Por muito que,
cada vez mais,
duvidemos da bondade das políticas e dos políticos, bem como da eficácia dos nossos apelos temos que os fazer até que eles os submerjam e não possam mais ser ignorados.
Junta-te a nós. Usa a tua FAIXA BRANCA e subscreve uma petição aqui:

www.whiteband.org/Actions/un/eng/takeaction

quinta-feira, setembro 08, 2005

Porque é urgente dizer NÃO!


POUCAS SERÃO AS PESSOAS LIGADAS À DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA
QUE NÃO CONHECEM E APRECIAM O

CIBERDUVIDAS

O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa está em risco de encerrar
por falta de apoios.

Um projecto desta natureza e amplitude (com a notoriedade que atingiu (em Portugal, no Brasil e demais países lusófonos), é um verdadeiro serviço público em prol da Língua Portuguesa, como não há outro no espaço da lusofonia[...]

ASSINA

DIVULGA

Diz:
NÃO!

terça-feira, setembro 06, 2005

Hei-de comer a alegria às dentadas


Hei-de comer a alegria às dentadas.
De manhã saboreá-la-ei
lentamente
degustando.

E o seu gosto inebriante
desfar-se-á na boca e espalhar-se-á
por todo o corpo
com o gosto das cores das penas de um pavão.
Cintilante.


Dar-lhe-ei dentadas
até a fazer rir às gargalhadas

com cócegas
e finalmente toda minha
e de todos
repô-la-ei, inteira
e esfuziante.

(Do livro: AS TAREFAS TRANSPARENTES:18)
Parabéns filhot'Alexis

sexta-feira, setembro 02, 2005

Hoje tive uma surpresa que me emocionou


Ora vejam só o excelente trabalho/composição feito pela
Ana
{uma excelente designer gráfica que pôs os C.V's dela a voar,como as pombinhas da" Catrina".... Alguém por ai sabe onde necessitam uma qualificada e criativa profissional?}
e que podem ver na
Titas
incansável distribuidora de generosa soldariedade.
Obrigada, amigas.
Post scriptum: A todas as amigas e amigos que me solicitaram o envio dos livros peço um pouco de tempo e paciência.
O carro avariou no regresso e ainda não chegou à oficina no Porto. Liguei hoje para aseguradora e só o entregam na próxima segunda-feira.
Necessito dele para ir buscar livros. Prometo ser rápida.