sábado, dezembro 31, 2005
2006
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Trago novas de uma antologia de poesia sobre o Natal
É uma edição Millennium – PÚBLICO e garanto-vos que vale bem a leitura e este olhar diacrónico sobre os Natais ao longo dos séculos por vários poetas portugueses.
terça-feira, dezembro 27, 2005
Fases que nos marcam
Há muitos anos, tinha a minha filha Ana 13 anos, sentindo a minha angústia de mãe em encontrar a melhor forma de lidar com certas atitudes e comportamentos das 3 filhas (púberes e pré-adolescentes) escreveu num papel
colorido, que me ofertou com um doce beijo, esta frase tão simples e tão sábia (desde bebé que mostrou como era uma criança diferente e sábia) que me tem acompanhado pela vida fora:
segunda-feira, dezembro 26, 2005
sábado, dezembro 24, 2005
um poema chamado futuro
Recebi, por email, este belo poema do amigo Jorge Castro e não resisti a partilhá-lo convosco. Obrigada Jorge.
o consumo consome o natal
esse tal que sem sumo fenece
pega em ti - vai até ao quintal
traz laranjas que o sumo apetece
e depois passeando pelo campo
colhe a graça do orvalho maninho
que à luz fria do sol deixa um manto
de onde brota o verdor do azevinho
ou então corre ao mar que transporta
um olhar teu em volta do mundo
que de volta o trará porque importa
mais que azul ser intenso e profundo
logo então bate à porta do amigo
dá-lhe a prenda do teu forte abraço
um sorriso ou o simples abrigo
que de afecto lhe traga esse passo
e depois tu leva-o contigo vendo
a vida que nas ruas passa
o apressado o vaidoso e o mendigo
das castanhas o odor da fumaça
o abandono do gato que dorme
na vidraça que é mais soalheira
e o homem nessa mágoa enorme
de vivência sem eira nem beira
e a calçada pisada tão fria
e as árvores tão nuas da praça
e os amantes que enlaçam o dia
na poalha do sol que os abraça
e um jovem só de sonhos feito
e a moça tão vivaz e bela
e aquele velho de olhar rarefeito
tão perdido só de olhar p’ra ela
e por ser tão intenso e urgente
tão fugaz indelével sublime
nessa areia da vida corrente
cada passo que o teu corpo imprime
num segundo de ardente pungência
cada alento de ti consumido faz do dia
em que estás a premência de seres
tudo o que tens perseguido
e liberto um olhar teu nas nuvens
derrubado do céu cada muro
saberás quanta a força que tens
num poema chamado futuro.
- Jorge Castro
quarta-feira, dezembro 21, 2005
BOAS FESTAS 2005
A todos desejo que a vida nos traga tudo o que necessitarmos e mais algumas coisas extra.
Se nos trouxer problemas (inevitável, não é?) que os saibamos olhar e viver como um processo de crescimento e não como obstáculos intransponíveis.
Que demos mais do que esperamos receber e que... aprendamos a nada esperar.
sábado, dezembro 17, 2005
Porque hoje é sábado convido-vos
a rir.
a soltarem-se no vento.
no azul do dia...
Mas aproveitem
uma pausa
na brincadeira
e passem
no Orgia Política
e
façam o favor
de ser felizes!
Tenham
um bom sábado.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Portuguêsmente
Eis como fica o comum cidadão português depois de seguir os debates (desculpem lá, mas chamam-lhes assim!).
Precisa de se distanciar - muito - de procurar mundos alternativos onde encontre uma realidade....REAL!
Depois deste intenso (e fechado) período de reflexão veremos o que resulta.
Uma dúvida existencial é: ainda terá (teremos)a cabeça nos ombros quando terminar(mos) de reflectir?
Porque, acreditem, nestas alturas revela-se um contratempo.
Mais fácil decidir sem ela....
quinta-feira, dezembro 15, 2005
Chamem-me lamechas. Não me importo!
quarta-feira, dezembro 14, 2005
correndo para apanhar, ou fugindo?
O mundo (social e cultural) que construímos é alucinado e alucinante.
Desligamo-nos do planeta, do ritmo da vida e da criação, das estações, do nascer e por do sol e da lua, do ritmo das marés e do pulsar geral da terra-mãe.
Colocamo-nos acima das restantes espécies (animais e vegetais)que connosco coabitam.
Criamos ilusões que transformamos em objectivos de vida e que a tudo se sobrepõem. Até a nós, seus criadores.
Mas ainda assim sentimos esta fome e sede de felicidade. Queremos, a todo o custo ser felizes!
Lembremos então, com N. Hawthorne, que « A felicidade é como uma borboleta que, quando perseguida, está sempre além do nosso alcance, mas que, se nos sentarmos calmamente, pode pousar sobre nós.»
segunda-feira, dezembro 12, 2005
As cartas que escrevemos
Ao longo da vida escrevemos cartas.
Muitas.
Muitas mais do que nos lembramos.
Escrevemos cartas com o pensamento e que só nele ficam e habitam.
Escrevemo-las com símbolos outros e palavras.
No papel. Ou em qualquer outro material onde possam ser impressas.
Impressos os símbolos.
Telas, tecido, madeira, pedras, areia, cal, paredes, almas....e no vento.
Escrevemos muitas cartas no vento, nos ventos...
Todas têm destinatário fixo, determinado. Que à escrita nos levou.
A umas mandamo-las, outras não.
Guardamo-las, ou rasgamo-las.
Podemos ainda queimá-las...
As que enviamos e chegam, a quem devidas, podem ou não ser lidas.
Podem ser lidas mas não compreendidas...
Podem ser compreendidas e o momento ter passado porque a compreensão lhes foi anterior.
A maioria escrevemo-las no pensamento.
Com o pensamento.
E ficam a ecoar em nós.
Bandos loucos de aves soltas turbilhonando as almas....o ser.
Hoje a propósito de todas as nossas "cartas" ofereço-vos este belo poema de Ruy Ventura.
escrevo-te cartas
que nunca irás receber
a morada desaparece
sempre que tentamos encontrar
não uma porta, mas uma casa inteira.
desligo tudo dentro deste quarto.
ouço, incompleto, - com a janela
entreaberta ao fresco da noite -
cada pequeno ruído,
como se fosse um código para nos entendermos.
Ruy Ventura
domingo, dezembro 11, 2005
Ser do contra
Ser do contra
E ao contrário de repente
Ser do alto mar na terra
Impertinente
Ser do ar no chão
e consistente
Nada fácil
Viver-se contra a corrente
sábado, dezembro 10, 2005
Olhares interiores e exteriores
No tijolo azul e no rendilhado do arbusto a casa abre o olhar ao exterior.
Ilumina-se e veste-se do oiro do poente.
Na envolvência labiríntica dos troncos isola-se, fecha-se, individualiza-se.
Única e inexpugnável na permanência do ser que se afirma.
P.S - porque hoje é sábado deixei aqui o meu olhar político à vossa espera.
sexta-feira, dezembro 09, 2005
Para lá dos limites
Já. Já se acabaram os limites.
As palavras deixaram os cem por cento de forma.
Esgotaram-se as penumbras dos ângulos forçados
e rebentou-se a máscara dos mistérios falsos.
*
Estamos num mar imenso de estrutura una.
No pântano milenário
que se alarga e alarga como um polvo incansável.
Dentro do lodo e impermeáveis,
em plena realização das maiores aspirações do momento e de sempre.
*
Já. Já se acabou o sacrifício inútil e sem norte!
Já se rompeu a membrana das vontades fingidas
(traída em tudo a condição forçada de fantoches)!
*
É o instante do início.
O sangue encontra-se em cachão
e salta.
O riso não tem mais oposições
e estala.
Abrem-se os braços para o primeiro voo.
Vamos:
Já se acabaram os limites!
*
Mário Dionísio
terça-feira, dezembro 06, 2005
Incompatibilidades no mundo animal? ONDE???
NAIROBI (AFP) - Um filhote de hipopótamo que sobreviveu ao tsunami na costa do Kenya formou um estranho vínculo com uma tartaruga fêmea gigante,
centenária, na cidade portuária de Mombassa. O hipopótamo órfão, com menos de um ano e pesando cerca de 300 kg,
adoptou a tartaruga centenária como mãe, e ela parece estar bem feliz no seu papel de mãe adoptiva.
Os dois nadam, comem e dormem juntos
Incompatibilidades? diferenças? cor de pele, de pelo, de carapaça, de espécie?
Haverá aqui alguma lição para nós, humanos?
segunda-feira, dezembro 05, 2005
Última arma biológica
sábado, dezembro 03, 2005
A arte de criar ilhas de quietude
Ao ler a citação, que transcrevo, pensei e penso sempre numa das "casas virtuais" que visito.
De facto, não uma, mas várias que esta Obreira da Quietude edifica, fio a fio, e com ternura nos oferta.
« Ensina-me a arte de criar
ilhas de quietude,
onde eu possa absorver
a beleza das coisas
de todos os dias:
nuvens, árvores,
um trecho de música....»
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Marion Stroud
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É certo que também se encontra, ou eu a encontro, esta arte, noutras casas, mas não com a frequência, presença viva com que nelas-estas ocorre.
sexta-feira, dezembro 02, 2005
Palavras do contra
Estas são palavras do contra porque a nossa cultura ocidental chama, indiscriminadamente, preguiça, coisa má e feia, ao acto de parar, deixar de fazer algo que seja economicamente considerado útil.
Quando, parar é uma necessidade do ser humano.
Parar e absorver a beleza, respirar e religar-se ao mundo, à natureza.
Pessoalmente sempre "parei". Volta e meia páro. Se o não fizer afogo-me, morro sufocada.
Necessito sentir o vento, molhar-me na chuva e nela caminhar sem destino, olhar a lua e as estrelas, parar para ver o pôr-do-sol e o nascer.
Parar a ouvir o diálogo do mar, dos amantes, o riso das crianças, o sussuro das árvores..., o som da água correndo solta e ciciando encantamentos...Parar para me ouvir.
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