O indefinível lugar de nós que é volátil e não sendo matéria somos nós inteiros.
O longo corredor branco com as enormes janelas cheias de luz e sol não se torna mais acolhedor. A luminosidade não nos aquece, antes aumenta a dimensão do interminável espaço.
Caminho por ele e nunca mais termina.
As portas laterais abrem para outros corredores. Tão intermináveis e áridos como este.
Caminho não sei há quanto tempo nem sei por quanto tempo.
Sei que não posso parar por isso continuo a caminhar.
apetece-me a lua. porque ela e eu somos feitas da mesma matéria e vogamos nos mesmos espaços.
somos feitas da matéria que constrói e alimenta os sonhos e vogamos tanto no ar como na água.
e porque o comum dos mortais olha para o chão e eu olho para cima para os astros para o além sem limites nem barreiras e ela, lua, não se cansa de correr pelos espaços atrás do sol sem sabermos quem é perseguido ou perseguidor.
por isso chego à janela mais alta e estendo o braço a tocá-la.
Sobre os dois últimos post's da Teresa D. (http://teresadavid.blogspot.com/) e a questão do homem que, de cima da árvore grita : "Voglio una donna", num dos filmes de Fellini , deixou-me confusa o facto de a cena se passar em Amacord onde não o conseguia visualizar por a memória ter tais falhas - acontece aos melhores o que nem sequer é o meu caso - mas não conseguia.... Não duvidei da informação e rectificação. Queria, mais, necessitava visualizar a cena no contexto do filme.
Como gosto de (re)por as ideias em ordem, vá de pesquisar, de ler sinopses do filme até colocar o homem no contexto da narrativa fílmica porque nestas coisas sou obstinadíssima. Se me puserem um problema à frente enquanto não o resolver nada mais interessa. Nada me demove. Nem fome (vontade de comer), nem sede..., qual almoçar, jantar ou dormir...? Ná, tenho que chegar ao fim. À conclusão. Assim, pelo empenho da Teresa, pelo sentido significante que o homem e o seu grito lhe deixaram e ela nos passou aqui lhe oferto o vídeo e mais alguma informação: - O homem corresponde à personagem "tio "Fada"": «L'oncle "fada" qui se réfugie au sommet d'un arbre et réclame à tue-tête, des heures durant, "une femme". C'est la redoutée "Soeur naine" qui l'en fera descendre.»
66 anos, portuguesa. E-mail: Tostimara@gmail.com
Escritora com cinco títulos individuais publicados e vários colectivos - prosa e poesia.
Curriculum como colaboradora em jornais e revistas como escritora e como cronista. Bom domínio de inglês e francês. Compreensão de italiano e castelhano.