quarta-feira, março 04, 2009

textos - não enviados- com as 12 Palavras do 11º Jogo



Aqui deixo alguns textos não enviados que escrevi utilizando as palavras obrigatórias.


Morfeu me chamaram porque nasci assim. calmo. bem disposto. bebé de bons e longos sonos assim os dando a meus pais. anos mais tarde esta característica viria a mostrar-se muito útil. na idade adulta, ao cumprir o serviço militar, optei pela marinha e enquanto os meus colegas de recruta enjoavam, vomitavam, perdiam o pé com as oscilações do navio que mais parecia leve casca de noz à deriva no oceano, a situação era-me favorável. não havia ventos, batidas ou scudidelas por mais fortes, que me perturbassem. acordado ou a dormir, sentia-me o soberano e mítico deus dos mares. aquela vasteza aliviava-me do segredo só meu conhecido. para lá de toda a serenidade calma e paz, dentro de mim, insistindo cada vez com mais força a querer sair, um enorme e rugidor predador fazia-me ouvir a sua voz. sentir a sua força. em mim habitava um tigre cuja fúria se acentuava com o passar dos tempos e as injustiças que via no mundo.


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uma batida leve na porta fez-se ouvir. a soberana, dentro do quarto, estendida no leito entregue aos braços de Morfeu, como se repousando placidamente no convés de um navio, coberta com uma pele de tigre, sem qualquer hesitação, oscilação ou sacudidela, na voz de comando que lhe era usual disse: entre.
a medo a jovem camareira abriu a porta, deu um passo e fez a obrigatória vénia enquanto murmurava um sumido: majestade…
parou, incapaz de dominar a situação. a vasteza da divisão real parecendo-lhe encapelado oceano para onde maus ventos a haviam empurrado pois era sobejamente conhecido o mau humor da rainha para quem lhe levava más notícias. e as que ia transmitir eram as piores. toda a corte o sabia. daí terem-na escolhido…como que em sacrifício.