quarta-feira, janeiro 28, 2009

"o dom –III" e "o casamento"

ao princípio julguei-me louca tão escaganifobética era a miscelânea de pensamentos, e o ruidoso salsifré que, contra o meu querer, me enchia o cérebro perturbando-me. deixando-me perdida. à deriva naquele turbilhão. olhando para trás nem sei situar esse “princípio” em termos temporais tão prematuro foi.
um dia acordei com um novo e autêntico sentir relativamente ao singular fenómeno que me enchia de estranhas vozes e alheios pensamentos. com paixão e suprema força de vontade entreguei-me ao estudo de um fenómeno que muitos consideravam mito. fábula. mas que, para mim, infelizmente era bem real.
um raciocínio e um sentimento límpido diziam-me não estar louca e ser tudo real. nem mito, nem fábula.
aos poucos confiei na vida e em mim. aprendi a controlar as entradas criando bloqueios de protecção e então sim senti-me bem viva e o renascer da alegria de viver e a gratidão por esta dádiva aconteceram.
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o casamento
um autêntico, supremo, poderoso mas límpido salsifré irrompeu na Igreja quando os noivos disseram “sim, querer casar e, depois da autorização do ministro, se beijaram com singular e intensa paixão.
ambos sentiam e viviam a sua união como um renascer. não um vínculo limitativo, cadeia, prisão, ou algemas como metaforicamente era dito e simbolizado pelas alianças.
um sentimento novo possuíra-os desde o momento em que se encontraram e os olhos se quedaram, sem deriva, fitando o outro. acariciando-o numa saudade feroz, de séculos. que nunca mitigavam.
não era um conto de fadas, nem eles personagens de uma qualquer bula. para muitos era uma relação estranha. Bizarra. até de escaganifobética a designavam por fugir aos padrões sociais vigentes.
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