segunda-feira, janeiro 09, 2006

Em portugal houve(...)

(...)um rei jovem , um rei infante, dilacerado por antagónicas forças e sonhos.

Trazia no corpo uma marca que sempre foi imperativo disfarçar.
Foi coroado criança e educado por dois professores que lhe induziram princípios que, entre a religião e e a cultura política, provocaram a interiorização de um reinado de missão e grandeza que quis cumprir arrastando, no seu delirante sonho, o país.

Como de tudo e de todos os actos grandiosos, loucos na maioria das vezes, resta sempre um espanto, uma admiração mais ou menos declarada, desta campanha suicida que arrasou o país nasceu um mito.
E esse mito tem servido muito bem para a equipe de marketing político de C.S (a eles tiro o chapéu pois o produto é fraco, mas a campanha tem surtido óptimos resultados) o revestir e dourar, mostrando-o como o salvador, filho do povo que se fez homem importante.

Do nevoeiro, Portugal (uma larga fatia) esperava a vinda do salvador Seabastião (salvador do jugo espanhol).

Hoje só posso desejar que o nevoeiro venha, e venha em força e leve, para bem longe, muito, muito longe este falso salvador.

Não precisamos de salvadores.
Coisa que aliás nem existe! É só mais um mito para se guardar no baú dos delírios da humanidade e, na melhor das hipóteses, alguns deles, dos sonhos de criança.
Os restantes não passam de pesadelos. Como este!