sexta-feira, outubro 27, 2006

silogisticamente

O ditado diz que dormimos menos à medida que envelhecemos!

Então, silogisticamente (por favor não verificar correcção do silogismo) concluo:

Os velhos necessitam dormir menos

Estou a dormir quase o dobro

Logo: estou a rejuvenescer!


domingo, outubro 15, 2006

afirmo que


quem nada espera fica contente quando algo acontece.

sexta-feira, outubro 13, 2006

fala


«O que se fazia no mundo com a voz da desrazão ia muito além do que se fazia por boa vontade e por justiça.»

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BESSA-LUÍS,Agustina (2001). O Princípio da Incerteza, Jóia de Família.Lxª: Guimarães Editora (211)

sábado, outubro 07, 2006

de que falamos quando falamos de amor?

No café, na mesa atrás de mim,. duas mulheres falavam.
Impossivel não ouvir dada a proximidade entre mesas.
Um segmento da conversa colou-se-me.
Impôs-se ao meu pensamento. Deixou-me a reflectir.

Dizia uma, em tom afirmativo e simultaneamente inquisitivo, para a outra: «Ele tem ciúmes! É porque gosta de mim, não é....???»

E havia uma tal fragilidade na voz, uma estranha mistura de certeza e dúvida, esperando, quase exigindo confirmação, que quase me levou a falar-lhe.
A dizer-lhe que NÃO!
Que ciume não é, nunca foi, nunca será prova de gostar. Prova de amor.

Pode ser prova de muita coisa, mas o sentido é inverso.

Não o que a voz do povo, sob a forma de ditado popular, lhe atribui e propaga.
Não aquele que ela deseja e espera ver confirmado pelas palavras e pelo olhar da interlocutora.

Ciúme é prova de insegurança.
É prova de necessidade de controlo.
É prova de posse - e coisa mais contrária ao amar e sua natureza não existe.


Pode ser prova, sintoma de doença....
.................... pode ser tanta coisa e todas tão negativas, tão contrárias à essência do gostar, do amar.....

Pode ser mero logro para convencer, usando a vox populli, de que se gosta, se ama.

quarta-feira, outubro 04, 2006

OLHOS


vidrados -
estão? são? -
os olhos
que nos olham.
nos fitam.

reflectidos nos vidros
dos espelhos,
das montras,
das janelas,
dos carros,
são tão vidrados,
sem vida,
quanto eles.